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Gruta de São Tomé das Letras



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No final do século XVIII, João Antão, escravo da fazenda Campo Grande, apaixonou-se pela filha do seu senhor, o Coronel Junqueira, mas não demorou muito para seu sentimento ser descoberto e com isso, passou a sofrer fortes mal tratados. Um dia, conseguiu fugir da fazenda e encontrou uma gruta, onde se refugiou, passando a viver por muito tempo de frutos silvestres, raízes e peixes.
Um dia, ao acordar, viu uma luz forte saindo do fundo da gruta e um senhor de roupas claras e traços finos apareceu ao escravo, perguntando-lhe o motivo de sua permanência por tanto tempo naquela gruta. João contou-lhe sua história. O estranho homem escreveu um bilhete e o entregou, instruindo-lhe que levasse ao Coronel Junqueira, e prometendo-lhe que seria perdoado.
O escravo obedeceu. Ao ler a carta, Junqueira admirou-se de letra tão invejável e tão fino papel, incomuns para aquele tempo. Resolveu, então, ir até a gruta onde o escravo estivera, mas não encontrou ninguém, apenas uma pequena imagem esculpida em madeira. Como homem religioso, acreditou ser o apóstolo de Cristo, São Thomé.
Junqueira imediatamente levou a imagem para sua casa, vendo se tratar de um milagre. Porém, a imagem sumiu e reapareceu na gruta inúmeras vezes, até que a esposa do coronel sugeriu que construísse uma capela ao lado da gruta para que pudessem ir fazer orações devotas ao santo. Assim, o senhor da fazenda decidiu colocá-la na capela, perdoando o escravo e o libertando.
Durante a obra de construção da igreja, foram encontradas algumas pinturas que segundo a crença da época, foi a prova cabal da visita do santo ao local. Hoje, a construção que o capitão ergueu é a Igreja Matriz (1785), com a pintura do teto atribuída a José da Natividade, discípulo de Aleijadinho.
(Essa lenda nos foi lembrada por: Rubia de Mattos - ES)
Ilustração por: Danielle Pioli ART

Lenda dos Tuiuiús



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Existe uma lenda indígena que conta o porquê da expressão triste dos tuiuiús. Essas aves são símbolo do pantanal e as maiores aves que voam na planície pantaneira. Suas asas abertas têm quase três metros, de uma ponta a outra. Eles são parentes da cegonha, e, como ela, são chamados de aves pernaltas, por causa das pernas muito compridas.
Havia um tempo em que esses animais quando estavam com fome iam pedir alimento a um casal de índios que moravam próximos ao rio. Os dois eram amantes dos animais, mas tinham um apresso maior pelos tuiuiús. O guerreiro índio sempre deixava uns peixes reservados para as aves.
O casal vivia um amor sublime, entre eles e com a natureza. Quando a morte chegou, levou os dois juntinhos e já velhinhos. Os encontraram abraçados na rede com as faces tranquilas. A tribo, em homenagem ao sentimento que tinham pelos animais, os enterrou no local onde alimentavam os bichos.
Os tuiuiús ficaram por muito tempo sobre o monte de terra que cobria os corpos do casal, esperando que de lá saíssem algumas migalhas para alimenta-los. Como isso não ocorreu, ficavam cada vez mais tristes, olhando em direção ao chão.
Contam que é por esse motivo que os tuiuiús parecem estar sempre tristes, olhando em direção ao solo. E, como o casal de índios, os tuiuiús são fiéis ao seu parceiro, vivendo juntos por toda a vida.
(Essa lenda nos foi lembrada por: Níora Balbino - DF)
Ilustração por: Danielle Pioli ART

Zumbi



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Zumbi era negro e nasceu em Alagoas no ano de 1655. Embora tenha nascido livre, foi capturado por volta de sete anos de idade. Entregue ao padre jesuíta Antônio Melo, recebeu o batismo e ganhou o nome de Francisco. Aprendeu a língua portuguesa, latim, álgebra e a religião católica, chegando a ajudar o padre na celebração da missa. Porém, aos 15 anos fugiu de Porto Calvo para viver no quilombo dos Palmares.
No quilombo, deixou de ser Francisco para ser chamado de Zumbi - significa aquele que estava morto e reviveu, no dialeto de tribo imbagala de Angola. Zumbi era muito respeitado e aos 25 anos se tornou líder, substituindo o seu tio, então falecido, Ganga Zumba. Em sua liderança mostra grande habilidade no planejamento e organização do quilombo, além de coragem e conhecimentos militares.
A comunidade cresce e se fortalece, obtendo várias vitórias contra os soldados portugueses. Nos quilombos, os negros viviam livres, de acordo com sua cultura, produzindo tudo o que precisavam para viver.
Devido à grande dificuldade enfrentada por seus inimigos para mata-lo, criou-se entre o povo, e entre o próprio quilombo, o mito sobre a imortalidade de Zumbi. Por muito tempo gerava essa atmosfera legendária de uma possível imortalidade concedida por seus deuses, que supostamente lhe fecharam o corpo, dando-o muito poder.
Aos 40 anos, o herói foi traído por um de seus aliados e acabou sendo decapitado e, por ordem do governador, teve sua cabeça exposta em Recife, como uma prova de que a suposta imortalidade de Zumbi não passara de uma lenda e de que Palmares, enfim tinha sido derrotado.
Zumbi dos Palmares é considerado um dos grandes líderes de nossa história. Símbolo da resistência e combate à escravidão. Lutou pela liberdade de culto, religião e prática da cultura africana no Brasil Colonial. O dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o território nacional como o Dia da Consciência Negra.
(Essa lenda nos foi lembrada por: Flávia Fernandes - DF)
Ilustração por: Danielle Pioli ART